TRAIÇÕES
Sentado no cantinho do meu quarto,
Sombras do meu passado eu vou extinguindo,
A produzir veloz, versos em parto,
Que escrevo de mim pro mundo se abrindo...!
Ah, dores! Porque me consolam tarde,
Se a culpa não foi minha e nem da vida?
O coração é agora lenha que arde,
Desta traição por ti arrependida!
De paixão não é mais este teu fogo,
Pois, foram teus prazeres faiscados,
Que atiçaram o incêndio deste jogo!
E vão-se amores sendo assim riscados;
E na lembrança o apenas desafogo,
Por quem cometeu a mim tantos pecados!