O DERROTADO
Nunca soube do gosto da vitória!
Só conheci esse paladar de perda
Que carrego no bojo qual quem herda
Uma lúgubre e malfadada história!
O meu destino tem a trajetória
Dos lazarentos, das pessoas lerdas
Que se acabam envoltas em merdas
E pensam que, por fim, estão na glória!
Jamais, em nada, conheci o cimo
Quando, às vezes, dele me aproximo
Uma força maior levanta a haste...
E prostrado, curvado, com vergonha
Uma parte de mim, sequer sonha
Em nunca mais ser este ignóbil traste!