.:. Cá em mim .:.

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Antes que de mim o amor escape

E que de tuas mãos eu receba o fim.

Mato-me a mim mesmo, a mim,

Num descuidado instante e num disfarce

Que eu me despoje deste disfarce, sei que queres.

Pois tuas mãos esculpiram este rosto

Que agora morre triste do desgosto

De não mais ser desejado – pobre alferes!

Matar-me por causa de ti, mulher esnobe,

Imaginas mesmo isso cá em mim?

Eis o homem que não morre, não há fim!

Mas tuas mãos, doce escultora, insidiosa mulher,

São pétalas de ígnea rosa, crepúsculos de malmequer,

Que me aprisionam, por ti morro: esquecido e pobre.

Fortaleza, 02 de novembro de 2002.

01h23min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 26/09/2012
Reeditado em 27/09/2012
Código do texto: T3902321
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