A ÚNICA E DERRADEIRA
Profunda esta tristeza que m’ arrasta
E enche de saudades tão cerzidas
Com linhas e agulhas doloridas
A pobre da minh’alma já tão gasta!...
Derrama-se pungente, negra, vasta,
Em lágrimas furtivas, combalidas,
Das águas das nascentes incontidas
Que lavam esta alegria minha, casta!...
Debulho-me nos prantos infinitos;
A dor, esta vil sombra malfeitora,
Penetra nos meus poros, por inteira....
Eu ando tão tristonho, choro, grito,
E sonho com tu’alma encantadora,
A única que amo e derradeira...
Aarão Filho
São Luís-Ma, 20 de Setembro de 2012.