TRANSPARÊNCIA
Alma tomada de transparência,
Omissa para os gestos do mundo,
Submerge exaurida no sono profundo,
No silente plano vázio da inexistência.
No vago de sua alma há influência,
Da morte com brilho infecundo,
Que a deixa linda no primeiro segundo,
Depois a condena a um porão na decadência.
Todo o seu fruto foi consumido,
Como se nunca tivesse nascido,
E andado sob os solos mundanos.
Por transparência sua alma esta tomada,
A única prova do que era, é a visão da ossada,
Arquivada na cova nos inumeráveis anos.