O galo cego
Edir Pina de Barros
 
O galo velho e cego já não canta,
nem cisca alegremente seu terreiro,
há dias que nem sai do galinheiro
e nada mais o alegra, nem o encanta.
 
sua alegria era, outrora, tanta
cantando ele aprontava tal banzeiro
que derrubava os outros do poleiro,
fazendo estripulia, o sacripanta.
 
Ciscava aqui, ali, ciscava tudo,
batia as fortes asas, com alegria,
e agora está tristonho, está tão mudo.
 
Sem ver a luz do sol, seu triste fado,
(nem sabe quando é noite, quando é dia)
tornou-se assim tristonho e tão calado.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 19/09/2012
Reeditado em 01/11/2012
Código do texto: T3890283
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