Deserto
Do norte os ventos ardentes.
Nas areias vaga o pregresso.
Delírios e espasmos inclementes,
Assombram a alma no deserto.
Olhos vermelhos incandescentes,
Rabiscos de fogo do inferno,
Olham desesperadamente,
A ilusão de um oásis bem de perto.
Ilusão que se desfaz em um instante,
Deixando um vazio eterno.
Pobre olhos! Pobre errante!
Buscam descanso no incerto,
Porém o sonho delirante
é o único alento do deserto.