Alma iluminada
Alma iluminada, tu me chamas?
Por que tu me tateias em tuas preces?...
Tuas pálpebras silentes proclamam;
Protelam apartar de minhas vestes!...
Alma iluminada, aqui tu brilhas.
— Oh luz, que me remoça, e avança.
Tu não vês meu sinal que te alcança?
Em todo sentir, ó, maravilha!...
Sois tão bendita, pureza, sois das águas.
Sois a flama, alteza que deságuas!
...no meu corpo, teu rio...teu riacho!
Há flores no penacho; – dois amores
No meu lume, um facho; – tuas cores.
Quem sabe um dia inda te acho!
(Airton Ventania)