Um escuro coração.
Quando pássaros voam e gorjeiam
da janela vejo o sol se por.
Lá na rua namorados passeiam
Demonstrando felizes, indecentes, o seu amor.
Quando a chuva em correntes escorre
fico presa nas amarras da solidão.
Vejo o rio, não que os peixes se importem
Pois ha tempo os alimento com os restos do meu coração.
Água seca que amarga minha boca
Doce triste que nela deixa o fel
Escrevo, sozinha, lamúrias em um pedaço de papel.
Sol que esfria, gelo que me queima
Aquece a dança tonta de minha loucura
Motivada a achar em meu peito alguma parte que não esteja escura.