Chaconne

Irrompe, do silêncio mais profundo,

Os tão densos acordes dum violino;

Cantando, da Beleza, o triste hino;

Que compreende cada alma deste mundo.

E germina o embriológico e fecundo;

Universo harmonioso e cristalino;

Onde existe o melódico e divino;

E cabe a eternidade num segundo.

Sons vários s'entrelaçam com pureza,

Ressonando em minh'alma, que concebe,

Contemplativa, a essência da Beleza.

E canta em mesmo tom meu coração,

Mas, ah!, tão acanhado, ele percebe;

Que não pode imitar a Perfeição.

PS: Este soneto foi inspirado pela Chaconne da Partita II de J.S. Bach.