13 de Setembro
Já alveja em meus cabelos o negror,
A minha tez se enruga em vincos, tantos!
Aos olhos meus se esbate o brilho, a cor,
Náufragos em um pélago de prantos.
Da vida se quebraram os encantos,
A minha mocidade, o meu vigor...
E, agora em meus recônditos recantos
Tudo é dolência, lástima e travor.
Ah... Minhas primaveras desflorescem,
Meus hortos, frios, lívidos languescem...
Na senectude acrômica do outono...
Quem dera que viver inda eu pudesse...
Tal que pressinto, como quem já viesse
Cerrar os olhos meus, cheios de sono...
13 de Setembro de 2012
*Versos decassílabos.