Seresta
Secaram-me as lágrimas: já não as verto.
Os olhos estão murchos, a carne é bolor,
mas me cede a platéia, dá-me um concerto
para cantar o meu indelével hino de amor.
Meu país conserva o viço da paz – a cor
de um céu tingido de lua, quando declina
o melhor sonho numa alucinação menina,
que alude à mulher o amante – o seu cantor.
Aqui em mim, apresento a canção de dor:
– Abre a janela e exibe negras tuas tranças
na seresta que te faço em noite de acalanto.
Ah, saudade! Vai afora e me inflija compor
num dueto comigo a melodia da esperança
de cantar ausência por compaixão do pranto.
Secaram-me as lágrimas: já não as verto.
Os olhos estão murchos, a carne é bolor,
mas me cede a platéia, dá-me um concerto
para cantar o meu indelével hino de amor.
Meu país conserva o viço da paz – a cor
de um céu tingido de lua, quando declina
o melhor sonho numa alucinação menina,
que alude à mulher o amante – o seu cantor.
Aqui em mim, apresento a canção de dor:
– Abre a janela e exibe negras tuas tranças
na seresta que te faço em noite de acalanto.
Ah, saudade! Vai afora e me inflija compor
num dueto comigo a melodia da esperança
de cantar ausência por compaixão do pranto.