COMO CHUVA DE VERÃO. soneto-202.
Vidraças fechadas goteiras a pingar,
E as folhas caindo frente à ventania,
As ruas desertas ninguém a caminhar,
Todos resguardados dessa chuva fria.
Ao longe negro vulto posto a caminhar,
Vagarosamente vem se aproximando,
Em meio à tormenta pude contemplar,
A lívida face de jovem mulher chorando.
Atordoado e meio assim sem entender,
Naquele pálido rosto pude reconhecer,
A face jovem que tocou-me o coração.
Mesmo confuso dei-lhe abrigo e calor,
Foi-se depois que a fria chuva cessou,
Tão transitória como a chuva de verão.
Cosme B Araujo.
11/09/2012