NÓS POESIA *«De sombra a nada ...» x «Aquele amanhecer de primavera»

De sombra a nada..., Lizete Abrahão

A cada ausência dos teus olhos, morri,

De pouco em pouco, fui de sombra a um nada ...

Errante a minha tumba, pois sou em ti

O frio pó que levantas em tua estrada.

Se eu já falei mil vezes dessa entrega

Eu me calei mais outras mil...E, chorando,

Neste magoado pranto que me nega

Doce é o engano de te ver retornando.

Revolvem meu momento mais de mil vozes

A causa desta sorte, nenhuma sabe,

Mas o que sou depois dos meus algozes.

Nos pingos do silêncio que me acorda,

Ressoa o teu olhar que já não mais cabe

Nos desatinos, quando a noite me aborda

Porto Alegre/RS

16.01.07

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Aquele amanhecer de primavera, José-Augusto de Carvalho

Foi num amanhecer de primavera

que eu vi a luz do sol à minha espera.

O sol, na tela azul do firmamento,

tecendo a fios de ouro incandescente

um tempo que floriu total momento

e nunca mais deixou de ser presente.

As aves, nos alvores matinais,

por entre o verdejante da folhagem,

de ramo em ramo, ousavam madrigais,

que ornavam de grinaldas a paisagem.

E a luz atemporal que me encandeia

e assombros de magia reverbera,

apenas na verdade se incendeia

daquele amanhecer de primavera.

9 de Fevereiro de 2007.

Viana do Alentejo * Évora * Portugal

José Augusto de Carvalho e Lizete Abrahão
Enviado por José Augusto de Carvalho em 20/02/2007
Reeditado em 29/12/2018
Código do texto: T387575
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