Círculo vicioso
O primeiro amor nos faz entrar em moto-contínuo,
Mas não me lembro dele só lembro do derradeiro,
Que para mim hoje é e sempre será o verdadeiro,
Pois me recuso a esquecer e nele eu me continuo.
Me prendo a ele, me enredo e fico muito faceiro,
De modo que de esperto eu me faço de ingênuo,
Mas de forma alguma finjo, eu somente insinuo
Que Amor de mim se apossou igual um posseiro.
Eu sinto às vezes em mim um leve movimento,
Que mesmo frágil se faz duro igual ao cimento,
Para manter o meu amor após o meu banimento.
Sempre desejei e sonhei em ter uma paixão real
Que fosse perpétua e também fosse o amor ideal,
Depois que a conquistei eu sou dela bastante leal.