Setembro (Predeterminação)
Arremessamo-nos, os dois, na primavera,
esta carência que há muito nos habita,
enquanto nos transforme unidade finita
– lacuna mútua – nossa caldeira eterna.
Forjarei na bigorna e no fogo o gesto
de manter-me teu – galardão apenas;
de oferecer-te o corpo e doar poemas,
diademas do meu carinho manifesto.
O bater das intempéries boas ou más
virá, em nós, amoldar a fluência da paz
no lajedo da sina crua e do sonho bruto.
Bastará que me demore... e te ampare:
Empunhando a forja do artesão resoluto,
inventarei teu século (aço que me restaure).