Setembro (Predeterminação)

 
 
 
 
Arremessamo-nos, os dois,  na primavera,
esta carência que há muito nos habita,
enquanto nos transforme unidade finita
– lacuna mútua – nossa caldeira eterna.

 
 
Forjarei na bigorna e no fogo o gesto
de manter-me teu – galardão apenas;
de oferecer-te o corpo e doar poemas,
diademas do meu carinho manifesto.

 
 
O bater das intempéries boas ou más
virá, em nós, amoldar a fluência da paz
no lajedo da sina crua e do sonho bruto.

 
 
Bastará que me demore... e te ampare:
Empunhando a forja do artesão resoluto,
inventarei teu século (aço que me restaure).




Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 09/09/2012
Código do texto: T3873490
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