*Góticos*

Um corvo pousa num salgueiro. As asas

Enormemente abre: Anoitece. Esgares

De espanto e dó nas nuvens. Pelos ares

Plangem mochos de olhares cor de brasa...

Sombras de mármore de algum famoso

Busto prostram-se; Cristos e anjos frios

Guardam imensos mausoléus sombrios:

S´estendem rumo ao céu, tão suntuosos...

E os góticos, vampiros de outra raça,

Erguem à lua-cheia a áurea taça:

- "Almas deste horto, oh meus irmãos, sim, vinde!

Cantem conosco as trovas dos Malditos!"

- O luar cheira a coisas do infinito -

- " Ao vinho, ao sangue, e à morte... eis , eis o brinde!"

* versos decassílabos

Quintiniano
Enviado por Quintiniano em 07/09/2012
Reeditado em 08/09/2012
Código do texto: T3869902
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