O frio do corpo e da alma

Noite, chuva, vento forte, frio que dilacera o corpo

Como navalha afiada marcando a carne em finos cortes

E a solidão vindo com o vento, querendo chegar primeiro,

E como guilhotina, fazer-se verdugo da alma em cativeiro

A angustia corre entre as horas, olhar fito apenas na dor

Que chega com o frio, com o vento, expulsando um sonho

Que apesar de tanto ainda restou para fazer-se de saudade,

Querendo, talvez, acalentar a alma por toda essa maldade

Lá fora, como canção de uma só nota, a chuva cantava triste

O vento, não se sabia, se era melodia, ou um uivo atrevido

Daqueles que na noite traz fantasmas, até os já esquecidos

O corpo cortado pelo frio da chuva e do vento, sem abrigo,

A alma a render-se ao frio da solidão, fazendo-a tão carente,

E eu, como louco gritando ao mundo, instindo que sou gente

José João

07/09/2.012

jjcruzfilho.blogspot.com.br

Twitter: @jjcruzfilho

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 07/09/2012
Reeditado em 07/09/2012
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