SONETO 21
Soneto de Brocá
Quando as palavras todas se dispersam,
Num momento, seguem a desordeira,
“ Bagunçar ” as subverte, e elas versam
Sobre os fatos vistos a essa maneira,
Incluídas na desordem - brincadeira,
Abandonam “locus” que estabelecem,
E os grupos se desarmam junto à beira
Da Babilônia instalada... e acontece...
Nem mesmo a prece tem força ou seqüência,
Impedindo à oração ter som de mantra,
Perdendo assim o ritmo da eloqüência,
Para ter o rumo à luz, que não a encontra...
Na confusa desordem da experiência,
Acorda-se do sonho e a Babel desmonta...
Nota do autor:
"O Cérebro e a Palavra"
Os circuitos neurais para a leitura e escrita
A leitura rápida e fluente é feita com um mapeamento direto das forma visuais das palavras: identificadas no giro angular, em sua semântica, e representadas na área de Broca, se a palavra se referir a um verbo, ou na área de Wernicke, se tratar-se de um nome . As palavras conhecidas que permitem um leitura rápida e fluente são lidas em bloco, e não através de um processo silábico. Basta o reconhecimento de um grupo distintivo de suas letras para que sejam ativados os neurônios na área de Broca ou Wernicke que representem sua semântica. Esse circuito neural simplificado de leitura corresponde ao que se convencionou chamar de via semântica de leitura.
Quando o indivíduo se defronta com uma palavra pouco freqüente, poderá reconhecer os grafemas das sílabas que a compõem e associá-los aos neurônios de representação fonológica na área de Broca. Esse circuito neural para leitura é chamado de via de leitura lexical. O neurônio de representação lexical deve ativar o neurônio de representação semântica na área de Broca, no caso do verbo, ou na área de Wernicke, no caso dos nomes, para que o significado da palavra possa ser obtido.
Fonte Consultada:
http://www.enscer.com.br/material/livros/escola/cap8.php