MORRI!
Morri, e despertei do outro lado,
Mas não havia anjos de asas brancas
Nem as lembranças de um viver passado,
Ou o reencontro por mim tão sonhado!
Tanto gritei, que finalmente, alguém
Me recebeu, sem harpas e sem sinos,
Era um menino que enxergou-me além
E viu-me a alma, envolta em desatinos...
Olhei em volta, e um amargor interno
Fez-me indagar, medroso e indeciso,
Se eu me encontrava às portas do inferno.
E o menino, em um esgar de riso,
Sem procurar ser-me gentil ou terno,
Me respondeu: "Aqui é o Paraíso!"
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