O Soneto
O soneto perdeu todo prestígio
de que ele desfrutava antigamente;
agora, a nova moda é tão somente
da arte apagar todo e qualquer vestígio.
Nessa gaiola de catorze versos,
na má definição dos modernistas,
deixaram-se prender os alquimistas,
gênios vindos de gêneros diversos.
É com Bocage, Antero e A dos Anjos,
Camões, Leoni, Bomfim e outros arcanjos,
mais Vinícius, Bilac e Cruz e Souza,
que nas alturas o soneto pousa.
E cada um e todos deixam sua marca
no panteão que é a arca de Petrarca.
(Dedicado ainda a Raimundo Correia, Glauco Matoso e Alphonsus Guimarães que não couberam no texto.)