A MARCA DE CAIN

“Cain disse ao seu irmão Abel: saiamos fora. E quando estavam no campo, investiu Cain contra seu irmão Abel e o matou. “ Gênesis, 4; 5,6



Aconteceu que a terra foi separada do céu
E entre os homens também ocorreu assim,
Pois o pastoreio foi entregue ao bom Abel,
E a agricultura foi para o rude e mau Cain,

Mas neste mundo tudo é feito por parelhas,
E eles deviam, um ao outro complementar.
O bom Abel, alma meiga, foi criar ovelhas,
Cain, de cerviz dura, começou o trigo arar.

E desde os dias mais antigos sobre a terra,
Essa disputa insana nunca mais se acabou.
A agricultura com o pastoreio não combina.

Foi por isso que os irmãos foram à guerra,
E o agricultor Cain, ao pastor Abel matou,
Hoje todos levamos sua marca assassina.

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Nota: a história de Cain e Abel é uma metáfora da forma de ocupação das terras palestinas e da luta entre os povos que promoveram essa ocupação. Israel, povo pastor (simbolizado por Abel) sempre esteve em constante conflito com seus vizinhos palestinos(aqui simbolizados por Cain), praticantes da agricultura. Esse conflito entre os criadores de animais e agricultores existe até hoje em praticamente todos os países, onde pecuaristas e agricultures lutam pela terra. No Brasil esse conflito se reflete atualmente no problema dos "sem terra", ou seja colonos que buscam terras para plantar, mas sempre esbarram em grandes fazendas, principalmente de gado, já ocupadas por pecuaristas.
A suposta marca que Deus teria posto em Cain é a marca do assassino, que segundo os cronistas de Israel, seria própria dos seus inimigos. Israel, ao longo da sua história foi "assassinado" várias vezes por seus inimigos, mas sempre "ressurge" pelo poder de Deus.   
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 04/09/2012
Reeditado em 07/09/2012
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