Caminho

Colhi, pelo caminho que tracei,

Flores várias de olores delicados;

E guardei-as comigo nos dourados;

Palácios que no peito solevei.

E julguei-me coroado pela lei;

Da Fortuna, que fez-me, dos enfados,

Tão distante e me atou nos encantados;

Minutos tão ditosos que contei.

Mas trevas n'horizonte se firmaram;

E as flores, que guardei tão cuidadoso,

Entre meus dedos gélidos murcharam.

Ora elas são coroa de lembranças;

Que carrego no topo de meu crânio:

Um túmulo de sonhos e esperanças!