Espetacular
Prolonga-me nos ossos essa ânsia-matemática
sob um risco, a baliza – progressão geométrica -,
e a ruga em redes do picadeiro refaz a estética
num ato acrobático, em pleno palco de mágica.
Dentro da máscara, durante a avaliação do jogo,
ponho-me diante de uma platéia circunstancial.
A mão livre, tolamente túrgida, segura o punhal
que me arremessa o tempo, furiosa roda de fogo.
Lábios salivam, o meu desejo se prepara
sobrepujar o grito bizarro, que me comovo.
É noite, e executo a frígida pirueta mortal.
- Como em nossa boca já se prenunciara
o meu beijo trêmulo, antigo, inaugural.
Circo efervescente, o show: um amor novo.