OS BOÊMIOS

Os miolos fervem em minha cabeça

Ao ouvirem tanta zorra até a madrugada,

Fico a espera que uma voz ajuizada apareça

Dentro da madrugada fria para cessar a batucada.

Haja ouvidos nos apuros que os boêmios vivenciam

Que resistem a qualquer lei do silêncio reclamados

Por adultos e cansados trabalhadores que presenciam

Pessoas insones movidas por serem apenas rebelados.

É preciso paciência com os nossos frenéticos rapagões,

Que, no auge de suas saudáveis intemperanças, sacodem

Pelos ares grandes, horríveis e todos os tipos de palavrões.

Eles de fato não conhecem os preceitos do bem viver.

Rasgam, na volúpia, a noite pelas calçadas o quanto podem,

Encharcando a alma e soltando os pulmões a bel prazer.

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 02/09/2012
Reeditado em 02/09/2012
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