...a alma? Em viver insiste
No silêncio da noite, a solidão atrevida gargalha alegre,
Irônica, se deita no vazio em que a alma toda se tomou
E a saudade com acordes tristes, uma canção balbucia
Em solene tristeza dentro da angustia que a vida se tornou
A noite, se pinta toda em cores frias, e de pintura se faz
Um quadro frio, sem brilho, guardando dolorosos prantos
E os gemidos e ais que a alma triste soluçando grita
São orações não ouvidas que a deixam bem mais aflita
O eu te amo que acendiam as vontades e as madrugadas
Se foram ao tempo, se fizeram distantes, se fizeram nada
Agora só o silêncio faz sentido, faz até a noite ficar calada
Cantigas se perdem na voz do vento que com a aurora vem
O dia nasce, o sol se acende e a alma? A alma em viver insiste
Ainda sabendo que noite ou dia, na vida, será sempre triste.
José João
02/09/2.012