Saudade

Recorda-te de mim, alma querida,

Gracejos e brinquedos de criança,

O tempo se bailava em plena dança

Passando não da forma que'u queria.

Jamais firmei morada, chão, raízes.

Também não tive amor, nem tive amigo.

O inverno é dolorido sem abrigo,

Tornando, então, meus passos infelizes.

Talvez, quem sabe, um dia em vida nova

Eu vença as labaredas dessa prova,

E ingresse então feliz na eternidade

Talvez, sempre o talvez é que m'incita,

Não há humana alma que resista

Ao humano sentimento da saudade.