Estação fria

Chega ao fim a estação mais fria,

Na alma, genitora das sementes de prantos,

Enraizando a teia glacial dos desencantos

Nas horas sombrias em que o vento gemia.

Parta , sugando o nevoeiro no raiar do dia,

Evapore o pálido da brancura dos mantos,

Que se fez véu nos campos dos encantos,

Onde moravam os liláceos lírios com alegria.

Chega a estação do ano mais fria ao fim,

Venham os jovens lírios com maciez de cetim,

Venham os perfumes suaves, acanhados,

Volatizando as partículas leves, tímidas,

Adeus! Palidez das brancuras repressoras, temidas,

Tomem a alma, os campos liláceos sonhados.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 30/08/2012
Código do texto: T3856454
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