Doçura profunda

Há muito desejo teu corpo nobre!...

Bendito é meu pensado em teu recesso!

Finório como uma raposa; – Eu confesso!

Tu me conquistas... tu me descobres!...

E com teu jeito silente, tu me encobres!...

Com um amor maior, calado! – Inconfesso!

– Pobre de minha'lma pedinte; – desnobre!

Coração lacerado, bate no peito, compresso!

São vastos os momentos de amargura!

Sem teu lume, adoeço, fico sem cura!...

E viajo num orbe, em avesso progresso!

Mas ainda não me rendi, minha ternura!

Tu tens a doçura profunda, de rica alvura!

E eu jamais rasgarei este ingresso!

(Airton Ventania)

Airton Ventania
Enviado por Airton Ventania em 29/08/2012
Reeditado em 18/04/2013
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