Às vezes, subo. Em desencontro você desce...
Por um momento quase perdemos a sincronia;
Nosso desejo é mais esperto, nervoso, cresce,
Buscando, logo, reencontrar nossa harmonia...

Às vezes, você sobe. Por um momento, desço...
Desesperados os nossos corpos perdem a união;
Tonto, sem rumo, não me assusto, me fortaleço,
Busco seu corpo, mesmo no escuro, na intuição...

E no embalo, nós, de repente, juntos subimos...
O fogo do amor, no vai-e-vem é o que sentimos,
Num suspirar, num só gemido, nos entregamos.

E ao final, corpos colados, descemos os dois...
O gozo do amor? Nunca deixamos para depois;
Num rouco grito do doce cio nós desmaiamos.
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