FLOR QUALQUER
Nasceste na beirada do caminho,
Quase que por acaso ou por encanto;
E se o tempo jorrava doce pranto,
Era nas secas pétalas, carinho!
Assim se desenvolveu a flor-espinho,
Nos longes do jardim... a sós, portanto!
Dando um tom de matiz ao verde-manto,
E ao olhares de quem vai sozinho!
Quando o tempo fechar as comportas,
E escancarar pro mundo todas as portas,
De claridade, luz e calor...
Resta a esta flor, da noite, o úmido orvalho,
Caídas em gotículas d' algum galho,
para sobreviver desse horror!
*Inspirado na música ''FLOR DE CHEIRO'' do Nando Cordel