Paraíso
Na treva indulgente que a pouco aflora;
Perco-me na fantasia de um sonho lindo!...
Viajo no arpejo, não quero mais embora;
Pois te vejo, tu estás, para mim, sorrindo!...
Na ilusão querida deste efêmero agora;
Fito tua luz que me guia concorde; – avindo!
Talvez não passe pelo austero da hora;
...e todo um desespero não esteja vestindo!...
E neste tempo que eu vago na esfera;
Ouço uma canção que diz; – Tu és bela!
Na voz do coração e do ardor infindo!...
Mas me perco de ti nesta ilustre sonata;
Desperto em plano terrestre sem serenata.
Esperando devaneio, do paraíso; – surgindo!...
(Airton Ventania)