Doce Rapariga
 
 
Na beira do rio conheci uma donzela
Estava sentada; brincava co’a água
Que beijava os seus pés; enquanto ela,
Menina, ainda, sofria; discorria a mágoa,
 
Que guardava no coração virginal...
Os seus seios fogosos nunca que vira
Uma boca encostar-lhe; lamber-lhe; tal
Pureza fazia s’esquecer da vida...
 
As suas vestes transparentes, o sol quente,
Corpo suado, molhado, o desejo ardente
Dissecavam-me a alma; o olhar penetrante
 
Da rapariga mostrava-me quão farta
Era a sua vontade de amar: não, não parta!
E, sem nenhum pudor, se entregou ofegante...
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 25/08/2012
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