Continuum
Sabe aquele meio de segundo
Que há entre o inspirar e o expirar,
Sustado e já sumido desse mundo,
Mensura não captada num piscar?
Aquele lapso e tempo que só há
No espaço paralelo, como o halo
Da vela que acabamos de soprar,
Do sino, o vão suspenso do badalo.
Por invisível, tende a ser perdido,
Etéreo, em nossa falta de atenção,
Levado pro outro lado e esquecido.
À nossa volta há sempre profusão
De indícios e sinais não percebidos,
Nos falta o tino da percepção.