AMOR E ÓDIO
Amor que minha alma incêndeia,
Enclausurado neste recinto de carne.
Afasta o ódio de mim, taga o carme
A voz de morte que ondeia.
Ódio, o caos do homem, tu semeias
Planta o inferno, despurifica a carne.
O amor que tenho no peito não arde,
Não dilacera, jamais mata, a alma não odeia.
Amo para fugir ao meu extremo,
Para nunca perceber o ódio que me acena
De alguma esquina da vida quando temo.
E mesmo assim, quando ando estranho,
Amo de um jeito meu todo ameno,
Para esquecer que odiei talvéz em sonho.