SONETO DE NÓS DOIS


Éramos nós, apenas nós... E dançávamos
- Ternos... Inebriados de amor... Emudecidos -
Em carícias, afagos e mimos... Pervertidos
E em desejos, sem domínio, nos entregávamos

E ao fascínio, do amor que jurávamos
- Em volúpia, em quereres, em sentir possuídos -
Éramos em amor... E em amor, concebidos
Pelas bocas e coxas que se misturavam

Assim éramos nós, em todo amor, candentes
Em abraços, em beijos... Em todo ardor, crescentes
... E às manobras de mimos mais prostituídas

Tu, em delírios de gozo, me abraçavas
E ao meu ouvido, carinhosamente, balbuciavas:
- Abraça-me, meu amor... Amor da minha vida!