CARENTE

Não há tempo, nem distância
Que me livre desse vício
Pois deixaste em mim resquício
Dessa dúlcida fragrância

Se o jardim é cinerício
Vai d'olhar a cintilância
Nada tem exuberância
Te esperar é meu flagício

Hoje planjo, estou carente
Do teu toque assaz macio
Sob este álgido lençol

Ah, de volta o corpo olente
Que me traz tanto arrepio
Quero muito, meu farol!



Interação enviada pela amiga poetisa Mariamar. Muitíssimo grato!


AFAGO

Quando o tempo nos enrola
Ficamos sós na distância
Inspiro a tua fragrância
Como uma nuvem se evola

Não te entregues à carência
Vê no mar a exuberância
Quando a Lua é circunstância
Cá t'espero com veemência

Noite de breu sou farol
Em plena luminescência
P'ra afagar teu arrepio

Vendo nascer o arrebol
Entre olores e tanta ardência
Num lençol assaz macio