Soneto da angústia
Eu ainda celebro a quintessência
Do breve entrelaçar das nossas vidas.
Com afáveis lembranças indormidas,
Amenizo o vazio da tua ausência.
Pena... Longe, não ouves meu lamento,
Nem sabes que não têm cura as feridas
Abertas pelas lágrimas caídas
No meu peito de dor e sofrimento.
Fosse o teu velho bicho de pelúcia,
Esquecido no quarto, abandonado,
Seria eu menos triste do que sou.
Do breve entrelaçar das nossas vidas.
Com afáveis lembranças indormidas,
Amenizo o vazio da tua ausência.
Pena... Longe, não ouves meu lamento,
Nem sabes que não têm cura as feridas
Abertas pelas lágrimas caídas
No meu peito de dor e sofrimento.
Fosse o teu velho bicho de pelúcia,
Esquecido no quarto, abandonado,
Seria eu menos triste do que sou.
Mas antes que me mate o fel da angústia,
Eu vou buscando forças no passado,
Pois sabe mais do amor quem muito amou.
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Eu vou buscando forças no passado,
Pois sabe mais do amor quem muito amou.
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N. do A. – Na ilustração, Innocence de Mikhail Garmash (Ucrânia, 1969).