PÁTRIA TRANSTAGANA * O elogio de Maio
Mergulha o meu olhar nas ondas dos trigais.
Levedam no meu peito espigas de áureo pão,
maduras neste sol que cresta de sinais
o orvalho das manhãs e os versos da canção.
O orvalho que mitiga as sedes ancestrais,
que imperecíveis são da nossa condição.
E os versos a florir papoilas nos trigais,
rubras, a palpitar no peito da canção.
De Maio é Catarina em sangue agonizando
e o crime que ficou impune nos arquivos…
De Maio são agora instantes os desmandos
de tanto malandar pelos adis cativos.
De Maio eu sou também um verso da canção
gritando transtagano a minha condição.
José-Augusto de Carvalho
13 de Agosto de 2012.