PÁTRIA TRANSTAGANA * O elogio de Maio

Mergulha o meu olhar nas ondas dos trigais.

Levedam no meu peito espigas de áureo pão,

maduras neste sol que cresta de sinais

o orvalho das manhãs e os versos da canção.

O orvalho que mitiga as sedes ancestrais,

que imperecíveis são da nossa condição.

E os versos a florir papoilas nos trigais,

rubras, a palpitar no peito da canção.

De Maio é Catarina em sangue agonizando

e o crime que ficou impune nos arquivos…

De Maio são agora instantes os desmandos

de tanto malandar pelos adis cativos.

De Maio eu sou também um verso da canção

gritando transtagano a minha condição.

José-Augusto de Carvalho

13 de Agosto de 2012.

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 19/08/2012
Reeditado em 29/12/2018
Código do texto: T3838477
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