PONTO DE VISTA
Não há fazer algum, nem nada que se possa,
por mais que haja vontade, esforço e grande alento,
fazer para agarrar, com nossas mãos, o vento
(não pode o vento ser alguma coisa nossa).
Vai livre em seu caminho e, sem qualquer intento,
cabe às aves, ao céu, ao mar que forma a poça,
que logo irá sumir nos grãos da areia grossa,
ou cabe ao descampado inerte e sonolento.
É aquele que, ao deserto, as formas sempre alteia...
Se o que aparece além, lutando contra a areia
parece, ao nosso ver, apenas um camelo,
um outro pode olhar, mas não consegue vê-lo,
portanto, afirmará: – “O que vi logo adiante,
podia até jurar que fosse um elefante!