O LOUCO
Ia pela rua, um pobre homem só,
levava numa vara o saco do destino,
amarrado em trouxa, um saco pequenino,
enfrentando o mundo, louco de dar dó.
Junto ao precipício, com seu violino,
enviava ao vento o mi, o fá e o dó...
Tinha no chapéu, a pena carijó
e mirava o alto, todo o céu divino.
Não sabia o medo, nessa vã loucura,
entregava ao caos, o peso do seu fardo
e se despejava num vazio imenso;
tinha na lembrança, à guisa de consenso,
vagas impressões do doce mais amargo,
que jamais provara, em sua desventura...
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