Sandice
Quisera, sim, sangrar a tua aorta,
beber do sangue teu, o vinho tinto,
somente por prazer, por puro instinto
de sorver tua seiva, viva ou morta.
E penetrar, por essa senda, porta,
na intimidade do teu labirinto,
beber de teus licores - puro absinto -
até aonde a sede a mim me exorta.
Quisera, sim, em meio a tal sangria
sem causar-te, no íntimo, avaria,
beber do sangue teu na minha taça.
Mas eu, com minha sanha vampiresca
sonhando tal sangria vil, dantesca,
tornei-me, pouco a pouco, a tua caça.