DESOLAÇÃO
Espero rostos que nunca interagem
convites desencontrados no caminho
abraços que, de tão frágeis, se desfazem
afagos indisponíveis, sem carinho
Jamais amanhecem os beijos distantes
dos rostos como que fugiram olhares
desvaneceram sorrisos radiantes
amores não encontram despertares
Só alcanço as lembranças infelizes
no meu jardim não há flores perfumadas
só me crescem alegrias sem raízes
Resta-me a bílis amarga da saudade
as muitas encostas tristes e desoladas
um desiludido esgar de bondade