Ideal
Que ilusão do Ideal assim flutua
Por sobre o meu distinto pensamento,
Como um nimbo de Tédio e de lamento
Que enegrece-me os Céus e não recua.
Ah! louca frustração que me acentua
A visão nestes ares nevoentos...
E às cegas sigo em busca de um intento,
De um bem que não existe, se insinua.
Mas desta vil razão se fez constante;
Quem diria - da treva redundante -
Surgir-se-ia o lume da Verdade:
Que das maiores ilusões surgidas
Do seio do Mistério, és tu, ó vida,
A que mais me seduz à Eternidade!
* versos decassílabos