De volta ao ventre
Vês, a rubra nódoa do meu vinho moreno
marcando em tinto a tua veste branca.
Na tatuagem lisa, como um sinal pequeno,
impõe-se impura, essa amizade franca.
Amor viril que bate à porta e estanca
frente a recusa desse olhar sereno;
que ora avança, e bruscamente empanca,
regurgitando igual a um letal veneno.
Encontro insano, a convulsão do adeus,
razões sutis para esquecer os teus
raros momentos de prazer secreto.
Amor sombrio, na escuridão do quarto,
qual fria mãe, que ao revés do parto,
devolve o filho à solidão do feto.