Veneração ímpia
Eu nunca pensei que um dia eu morreria de amor;
Em nenhum momento qualquer quis tal dissabor,
Mas, longe de ti há tantos anos, eu vivo sem sabor,
Desde que te tirei do coração e pus num altar-mor.
Eras para ser minha deusa-amada, a estrela-guia,
Mas distante de ti sinto que eu ando tão perdido,
Que tenho meu coração desiludido e já rendido.
Sem ti, porque meu ser existe se ele se desguia?
Esses são claros sinais de minha mortal fraqueza,
Não poderia ser de outra forma minha franqueza,
Afinal, eu te dediquei toda a minha vida. Enfim,
Eu sei que sem ti eu perdi toda a minha riqueza.
Como eu não sei lidar com essa enorme tristeza,
Busco um basta para que essa paixão tenha fim.