Reminiscências
Eu carrego lapsos na minha memória...
Pois já vai longe meus dias de glória,
Onde tu me fazias me sentir supremo;
Quando o meu barco tinha o seu remo.
Anda quase extinta a minha fogueira...
Porém, ainda, carrego a minha coleira,
Com uma fé que não mais se sustenta;
Nada, hoje, a minha memória se atenta.
Se tu não fosses assim tão desalmada,
Voltarias a ser a minha querida amada,
E me colocavas de novo no meu rumo.
O barco sem remo e eu não me aprumo,
No mar de saudades navego sem prumo,
Minha alma só lembra que é mal-amada.