CONTÁGIO
Assim num momento de cinzas como este,
Quando amanhece e me acorda atazanado,
Responde, passarinho, por que escolheste
Pousar manso na varanda do meu sobrado?
Quanta surpresa para meu ermo recanto,
Se me olhas com um olhinho esmiuçado,
Agora abrindo o biquinho de quebranto
Para cantar um canto repleno de trinado...
Feito cancioneiro cúmplice e sossegado,
Festeja risonho um concerto consagrado,
Nem atina o perigo a rondar nossa varanda.
- O mal da tristeza se espalha por toda banda,
É contagioso, passarinho; vê se toma cuidado:
Antes foge, amiguinho. Voa depressa. Anda!
Assim num momento de cinzas como este,
Quando amanhece e me acorda atazanado,
Responde, passarinho, por que escolheste
Pousar manso na varanda do meu sobrado?
Quanta surpresa para meu ermo recanto,
Se me olhas com um olhinho esmiuçado,
Agora abrindo o biquinho de quebranto
Para cantar um canto repleno de trinado...
Feito cancioneiro cúmplice e sossegado,
Festeja risonho um concerto consagrado,
Nem atina o perigo a rondar nossa varanda.
- O mal da tristeza se espalha por toda banda,
É contagioso, passarinho; vê se toma cuidado:
Antes foge, amiguinho. Voa depressa. Anda!