Refluxos
Nunca se passa no mesmo rio do mesmo jeito,
E se um dia eu me deitar de novo no teu leito,
Já não será mais de forma alguma como antes,
Pois mudamos e já nem somos mais amantes.
Vives as tuas lutas vitoriosas e muito válidas,
Enquanto já não suporto mais as minhas lidas.
Ganhastes uma forma nova para teu prestígio,
Já eu, infelizmente, vivo daquele antigo litígio.
Nós somos todos escravos de nossas escolhas,
Más ou boas, no final elas são iguais as bolhas,
Estouram; e ai pensamos nas que não supomos.
Não voltaremos a ser como um dia nós fomos,
Pois mudamos e nós como antes já não somos,
Nem mais a água do rio que ainda tu te molhas.