O ÚLTIMO SONETO
Talvez chorasses quando eu for embora...
E ao tétrico recinto em que me vês
No frasco em que a alma se desfez,
Tu não te importarás, talvez nem chores.
Contudo foste a causa do meu feito,
Eras o sol que a mim me iluminava...
Negaste-me... E todas as estradas
Levavam-me ao encontro do teu peito...
Também negaste-me... E eu sem a luz que guia
Ao rumo onde a vida tem sentido,
E vendo a minha estrada corrompida...
Apenas resta a mim ao desconforto
Um cadafalso, a corda e o insano corpo...
E a alma vê-la ao céu em nova vida.