O ÚLTIMO SONETO

Talvez chorasses quando eu for embora...

E ao tétrico recinto em que me vês

No frasco em que a alma se desfez,

Tu não te importarás, talvez nem chores.

Contudo foste a causa do meu feito,

Eras o sol que a mim me iluminava...

Negaste-me... E todas as estradas

Levavam-me ao encontro do teu peito...

Também negaste-me... E eu sem a luz que guia

Ao rumo onde a vida tem sentido,

E vendo a minha estrada corrompida...

Apenas resta a mim ao desconforto

Um cadafalso, a corda e o insano corpo...

E a alma vê-la ao céu em nova vida.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 15/08/2012
Reeditado em 15/08/2012
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